terça-feira, 11 de setembro de 2012

A obra de Alberto Giacometti


Nos trabalhos realizados depois da Segunda Guerra Mundial, onde a 
figura humana protagoniza as suas pesquisas plásticas, Giacometti recupera 
a capacidade expressiva da imagem e do objecto, acompanhando a tendência 
neo-figurativa que, nestes anos, marca o percurso criativo de vários artistas 
plásticos. Esta representação do corpo humano marca o período mais original 
de Giacometti. A recorrência dos temas e das soluções plásticas adoptadas 
resulta de um posicionamento teórico identificado com a filosofia existencialista, 
como o testemunha a amizade entre Giacometti e Jean-Paul Sartre. 
O existencialismo na obra de Giacometti traduz-se numa essencialidade e numa 
repetição dos meios expressivos e dos gestos formais, que imprimem à figura 
humana uma significação fundamental: uma linha vertical confrontando com a 
horizontalidade do mundo. A deformação dramática das proporções, o alongamento 
das formas e a manipulação da superfície e da textura acentuam a materialidade 
dos objectos e a capacidade expressiva e poética da obra de arte. As personagens, 
isoladas ou em grupos, exprimem um sentido de individualismo e de descontextualização, 
acentuado pela própria escala das esculturas. Destacam-se, entre as inúmeras obras 
executadas durante o final da década de 40 e da década seguinte, as esculturas 
L'Homme qui marche I (1949) e La Femme au 
Chariot (1950).
                                                                                                                 Rendley Dutra

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